domingo, 14 de setembro de 2008

Projeto Um por todos... Deus por nós








Culminância do projeto: Um por todos... Deus por nós! – Consciência Ecológica

1° ano do Ensino Fundamental

Dramatização:

Deus criou a natureza perfeita: fez o céu com nuvens, estrelas, sol e lua. Fez a terra com lindas árvores e flores e também rios com águas limpas. Os animais então... nem se fala! Cada um mais charmoso que o outro: o jacaré com seus dentes enormes, abre e fecha a boca para louvar ao Senhor; a coelhinha vai contente em busca de seu companheiro coelhinho; o porquinho, sempre alegre, canta louvores fazendo ronc, ronc; e a galinha, toda enfeitada, faz cocoricó junto ao galo todas as manhãs para anunciar o novo dia que o Criador nos deu.
Mas muita gente tem destruído esta natureza bela. Não podemos ficar parados, precisamos ajudar a natureza não colaborando com essa destruição.

Música:

Arca de Noé
(Marilene Vieira)

A gente passa a vida, esquentando a cabeçaParece até que o mundo está virando às avessasNotícias nos jornais, sumiram jacarésGolfinhos e peixinhos quase fora das marésA gente fala, fala, mais ninguém nos escutaE o homem progredindo pro efeito estufaDo jeito que isso tá, pra nós não vai dar péSó mesmo construindo outra arca de Noé








Ô, ô, ô, que este mal não se cometaÔ, ô, ô, longa vida pro planetaDesculpe chaminé, mas a nuvem não é fumaçaSó sei que este progresso tá ficando sem graçaTem máquina que fala, tem ônibus na luaMas o desmatamento aqui na Terra continuaA gente fala, fala, mais ninguém nos escutaE o homem progredindo pro efeito estufaDo jeito que isso tá, pra nós não vai da péSó mesmo construindo outra arca de Noé




















Estes enfeites e máscaras estão sendo confeccionados para a apresentação da culminância do projeto “Um por todos... Deus por nós! – Consciência Ecológica” a ser realizado em minha escola no dia 29 de setembromáscara porquinho


lua



árvore

Projetos Pedagógicos: Deus me fez Especial III

Esta foi a apresentação da minha turma de 1° ano na culminância do projeto: “Deus me fez especial III – Somos Casa de Deus” Versinho: Deus me fez especialDo meu corpo vou cuidarNele não aceito o malDos vícios vou me afastar Também é essencialO meu próximo amarUma idéia genialÉ querer o ajudar Música: O meu coraçãoJá dei pra JesusPor isso meu pulmãoNão vai ser da Souza CruzMinha boca não é boca de fogãoNem meu nariz se parece chaminé. Xô xô xô fumaça prá láTo sem essa de poluição. (2X) O meu corpo é Lugar especialEu moro dentro dele e Jesus mora tambémPor isso vou amarE dele vou tratarCuidando com carinhoDo que Deus fez só pra mim.
Xô xô xô fumaça prá láTo sem essa de poluição. (2X)

(Marilene Vieira – Pare e Pense – faixa 6)

Fico devendo as fotos!!!!!!!!!!

sábado, 13 de setembro de 2008

Vinícius de Moraes

Vinícius da Moraes

Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913 na Gávea, hoje Jardim Botânico.
Sua infância já revelava traços do movimento artístico (Arte Moderna que ainda estava longe de acontecer).
Em meio à educação rígida, o descobrimento da poesia como a possibilidade de transformação da vida.
No ano de 1933, Vinícius se inicia nas rodas boêmias e literárias. Publica neste mesmo ano sua primeira coletânea de poemas “O Caminho para a Distância”.

Vinícius e sua época
Primeira Fase (1933-1943)

Abrange sua estréia em 1933 até 1943.
Cinco livros da 1ª fase: “O Caminho para a Distância”, “Forma e Exegese”, “Ariana, a mulher”, “Novos Poemas” e “Cinco Elegias”.
Influência do Neo-Simbolismo e da renovação católica (poemas com tom bíblico).
Deslocamento da obra para um sensualismo erótico: prazer da carne X formação religiosa.

O Poeta
A vida do poeta tem um ritmo diferenteÉ um contínuo de dor angustiante.O poeta é o destinado do sofrimentoDo sofrimento que lhe clareia a visão de belezaE a sua alma é uma parcela do infinito distanteO infinito que ninguém sonda e ninguém compreende.
Ele é o etemo errante dos caminhosQue vai, pisando a terra e olhando o céuPreso pelos extremos intangíveisClareando como um raio de sol a paisagem da vida.O poeta tem o coração claro das avesE a sensibilidade das crianças.O poeta chora.

Chora de manso, com lágrimas doces, com lágrimas tristesOlhando o espaço imenso da sua alma.O poeta sorri.Sorri à vida e à beleza e à amizadeSorri com a sua mocidade a todas as mulheres que passam.O poeta é bom.Ele ama as mulheres castas e as mulheres impurasSua alma as compreende na luz e na lamaEle é cheio de amor para as coisas da vidaE é cheio de respeito para as coisas da morte.O poeta não teme a morte.Seu espírito penetra a sua visão silenciosaE a sua alma de artista possui-a cheia de um novo mistério.A sua poesia é a razão da sua existênciaEla o faz puro e grande e nobreE o consola da dor e o consola da angústia.
Influência da “Política dos Governadores”:

As dificuldades da 1ª Guerra Mundial;
Movimentos rebeldes;
A queda da Bolsa de Nova Iorque;
Os descontentamentos dos estados menores;
A Semana de Arte Moderna.

Segunda Fase (a partir de 1943)

Ligação de Vinícius de Moraes à reação contra o movimento modernista de São Paulo.
Início da ditadura em 1937: Vinícius conheceu seus primeiros êxitos literários.

A Poesia

A Segunda Fase compreende os livros “Poemas, sonetos, e baladas”, “Ontologia Poética”, “Orfeu da Conceição”, “Livro de Sonetos”, “Novos Poemas II” e “Para viver um grande amor”.
Ao final da década de 50, Vinícius dedica-se mais intensamente à música popular e começa a se afastar da diplomacia.

Soneto da Mulher ao Sol

Uma mulher ao sol - eis todo o meu desejo Vinda do sal do mar, nua, os braços em cruzA flor dos lábios entreaberta para o beijoA pele a fulgurar todo o pólen da luz.Uma linda mulher com os seios em repousoNua e quente de sol - eis tudo o que eu precisoO ventre terso, o pelo úmido, e um sorrisoÀ flor dos lábios entreabertos para o gozo.Uma mulher ao sol sobre quem me debruceEm quem beba e a quem morda, com quem me lamenteE que ao se submeter se enfureça e soluceE tente me expelir, e ao me sentir ausenteMe busque novamente - e se deixes a dormirQuando, pacificado, eu tiver de partir...


Poemas Infantis e Cancioneiro Popular

Do período que compreende 1964 à 1979, o Brasil sofre o golpe militar de 1964, cujo propósito era “pôr ordem em casa” .
A censura e a tortura não calaram as vozes dos nossos artistas e muitos tiveram que se exilar.
Ao longo desses 15 anos, Vinícius atinge o apogeu na carreira de compositor musical e afasta-se definitivamente da carreira diplomática.


A Casa

Era uma casa muito engraçadaNão tinha teto, não tinha nadaNinguém podia entrar nela, nãoPorque na casa não tinha chãoNinguém podia dormir na redePorque na casa não tinha paredeNinguém podia fazer pipiPorque penico não tinha aliMas era feita com muito esmerona rua dos bobos numero zero.


Testamento
Você que só ganha pra juntarO que é que há, diz pra mim, o que é que há?Você vai ver um diaEm que fria você vai entrarPor cima uma laje Embaixo a escuridão É fogo, irmão! É fogo, irrnão!FaladoPois é, amigo, como se dizia antigamente, o buraco é mais embaixo... E você com todo o seu baú, vai ficar por lá na mais total solidão, pensando à beça que não levou nada do que juntou: só seu terno de cerimônia. Que fossa, hein, meu chapa, que fossa...CantadoVocê que não pára pra pensarQue o tempo é curto e não pára de passarVocê vai ver um dia, que remorso! Como é bom pararVer um sol se pôrOu ver um sol raiarE desligar, e desligar...

Final de uma vida, continuação de uma carreira

Na noite de 8 de julho de 1980, acertando detalhes das canções do “Arca de Noé” com Toquinho, Vinícius veio a falecer.
Através de seus sonetos, o poeta conseguia facilmente aprofundar-se em temas complexos e significativos como a morte, o cotidiano e a denúncia social, e principalmente a paixão e o amor, por isso foi carinhosamente chamado de “o poetinha”.

Novas regras da Língua Portuguesa

20/08/2007 - 09h15
O que muda com a reforma da língua portuguesa

da Folha de S.Paulo
As novas regras da língua portuguesa devem começar a ser implementadas em 2008. Mudanças incluem fim do trema e devem mudar entre 0,5% e 2% do vocabulário brasileiro. Veja abaixo quais são as mudanças.
HÍFEN
Não se usará mais:1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em "antirreligioso", "antissemita", "contrarregra", "infrassom". Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r -ou seja, "hiper-", "inter-" e "super-"- como em "hiper-requintado", "inter-resistente" e "super-revista"2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exemplos: "extraescolar", "aeroespacial", "autoestrada"
TREMADeixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados
ACENTO DIFERENCIALNão se usará mais para diferenciar:1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição)2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o artigo)3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo")4. "pélo" (flexão do verbo pelar), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da preposição com o artigo)5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera" (preposição arcaica)
ALFABETOPassará a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y"
ACENTO CIRCUNFLEXONão se usará mais:1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. A grafia correta será "creem", "deem", "leem" e "veem"2. em palavras terminados em hiato "oo", como "enjôo" ou "vôo" -que se tornam "enjoo" e "voo"
ACENTO AGUDONão se usará mais:1. nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia"2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: "feiúra" e "baiúca" passam a ser grafadas "feiura" e "baiuca"3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem
GRAFIANo português lusitano:1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" -que se tornam "ação", "ato", "adoção" e "ótimo"2. será eliminado o "h" de palavras como "herva" e "húmido", que serão grafadas como no Brasil -"erva" e "úmido"
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O Clube do Imperador

O Clube do Imperador

O diretor do filme é Michael Hoffman, e este é exibido em 2002. Os atores que representam os personagens principais são Kevin Kline, o professor Hundert, e Emile Hirsch, o arrogante aluno Sedgewick Bell.
O filme conta a história do conflito entre um professor de história, apaixonado pela sua profissão, e um arrogante aluno que já foi expulso de vários colégios, por conta de sua indisciplina, filho de um senador milionário, que era um dos maiores mantenedores do colégio, homem que dá mais valor ao seu emprego do que à sua família. Este aluno, mesmo distanciando-se das normas da escola e da classe, desperta no professor um sentimento de afeto e piedade, pois o menino não tinha uma boa relação com o pai, e é isto que Hundert tenta realizar: uma aproximação deste filho com seu pai. O professor acaba, desonestamente, classificando-o no concurso Clube do Imperador, ele chega a derrotar um aluno, porém a decepção desse professor é quando ele descobre que seu aluno “trapaceou”.





Além disso, ele é um dos mais antigos professores do colégio. A maioria dos alunos que lá estudam, possuem uma herança, pois pelo menos alguém de suas famílias já estudou no colégio. E também de alunos que respeitam aos professores e mesmo aos seus colegas.
Esse não é o caso de um dos seus alunos, Sedgewick Bell (Emile Hirsch), que já foi expulso de vários colégios, por conta de sua indisciplina. Filho de um político que dá mais valor ao seu emprego do que à sua família, este filme mostra que quando nós ligamos mais para o nosso orgulho, nosso emprego, e nos esquecemos de nossa família, terminamos transformando nossos filhos e também as pessoas que estão ao nosso redor, em pessoas fracas, covardes e principalmente desprovidas do maior dom que Deus nos deu: o Amor.
O professor sente que pode ajudar este aluno, dando chance a ele de participar do Concurso Clube do Imperador, na qual é promovido para eleger o melhor aluno de História do colégio. São três classificados, ele chega a derrotar um aluno. Porém a decepção desse professor é quando ele descobre que seu aluno filou tudo. O que causa uma grande reviravolta no filme
O filme trata de uma temática importante, além de mostrar de forma dramática o que acontece com uma pessoa que é desprovida de amor e responsabilidade. Mostra também, os valores que devemos seguir e ensinar, mas que geralmente não fazemos.

Meu Tio Iauaretê - Guimarães Rosa

Meu Tio Iauaretê


Rosa? Rosinha amiga dinfância? Ah, sim, Guimarãe Rosa! Cunheço sim... Home intiligente, iscritor fai tempo. Seus livro fala muito de gente como a gente, do povo sertanejo. Diz por aí a fora qui o qui mais ficô marcado nele foi o jeito di iscrevê os livro: uma fala regional, oxê! E linguague du povo! Isso permitiu qui ele criasse muitos vocábulo a parti de arcaísmos e palavras populares, invenções e intervenções semânticas e sintáticas. É consideradu pelos crítico um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, ao lado de Machado de Assis. Ieh! Eu fartava muita aula por causa da distância da escola, mas essa aula eu tava lá, era aula de uma tar de literatura, foi bão dimais ouvi falá do Guimarãe. Quiria sê igualzim ele.
Tava aqui agora lendo di novo uma história que a professora dessa tar literatura deu pra gente, o nome da história é Meu Tio Iauaretê. Fala di um oncero, mestiço de índia com branco qui conforme se embriagava com aguardente, contava diversas história de onça prum discunhicido viajante, hospedado em seu rancho. O legar é que cumeça cum diálogo que se mantém até o fim apenas com a fala do protagonista/narrador, ele qui é o oncero, um mameluco enviado pros confins do sertão com a incumbência de desonçar a região. O seu interlocutor silencioso parece perdido e bate na tapera habitada pelo bugre a fim de, supostamente, passar a noite e esperar reencontrar os companheiro di viage. Identifica-se ao totem, a onça, e tendo quebrado o tabu, efetuando sozinho o banquete totêmico, em vez de fazê-lo com a tribo, fica em débito com a sua espécie e com a que representa esse totem. Resta expiá o seu pecado se identificando cum totem e exterminando a espécie a que pertencera. Enquantu mantém um resquício di vida humana vive na tapera (que ele chama de “havéra”) onde discorre o seu drama para o visitante no período di uma noite. Se percebe intão que já é muito mais du que o mameluco quase selvage - “eu sou bicho do mato” - pois além de índio e branco entra em sua mestiçagem confessos caracteres du grande felino. Possui nomes tupis postos pela mãe: Bacuriquirepa, Breó, Beró (provavelmente derivado do neologismo tupi peró, pejorativo para português, e nome de branco: Tonico, ou Antonho de Eiesus, posto pelo pai e batizado por missionário. Prá completá a confusão a respeito da identificação do homem-onça, ele decrara em determinado ponto: “[...] tenho nome nenhum, não careço”. Nome próprio é custume di humano, e é só como tar que ele também nomeia as onça qui vai conhecendo e admirando. Passa a compreendê a língua das onça (jaguanhenhém) e mesmo a comunicar-se cum elas e as nomeá com nomes tupi ou inventados que reproduzem possíveis ruídos de onças. Ele, que não sentia farta de mulhé, ama agora a “Maria-Maria”, onça canguçu, mermo nome da sua mãe, a quem chama também Mar’Iara Maria, o que parece uma referência à divinização da mãe cunfundida com a onça amada, se considerarmo que Iara é o tratamento mais respeitoso pra mulhé e/ou home, e que também nomeia um ser mitológico poderoso: a mãe d’água, espéci di sereia tupi.
Esse contu tem um cruzamentu culturá, ondi si mistura o índio, o branco, o caboclo, o negro e até mesmo um animar, a onça. A língua usada nu contu é ainda portuguesa, enriquecida por elementos de origem indígena e pelo linguajar popular. Ieh, num to mole não! Num disse que quero ser iguarzim Guimarãe, intão, to cum o conto du oncero aqui na minha mão né, lendo pela nona veiz, e olha, parece qui a genti transforma, entra nu textu, faz uma metamorfose, iguá os bicho, oxe! Tem, que transformá a língua pra podê intendê o textu também. Ih, será que cês tão mi entendendu? Xi, vô visitá a iscola, vê se a professora de literatura trabaia lá ainda, às veiz ela pode corrigir esse texto pra mim...

Orgulho - Rubem Fonseca

Rubem Fonseca em seu livro “O buraco na parede”, vem a narrar no conto “Orgulho”, a situação de um homem que, afogado, e internado em um hospital, estando para morrer, e apesar de ter ouvido falar da agonia de quem, antes da morte, tem lembranças de acontecimentos de sua vida, nunca antes acreditou neste fato, mas por incidente, passava por esta situação e à sua mente ocorriam lembranças passadas e atuais que se misturavam em sua memória. Até que um fato ocorreu: o homem começou a bater em uma mesa de metal, refletindo e gritando que perdoava a todos. Então, o médico “desesperado e confuso”, tirou os sapatos do homem e este levantou sua cabeça e “viu na meia do pé direito um furo que deixava aparecer um pedaço do dedo grande, e lembrou-se de como sua mãe era orgulhosa e de que ele também era muito orgulhoso”, e em contraste raciocinava que este orgulho sempre foi sua ruína e sua salvação. Posteriormente, usando este mesmo sentimento, não quer morrer com um buraco na meia e deixar aquela imagem final para o mundo. Contrai-se e se esforça brutalmente, consegue “fazer o ar penetrar pela sua laringe com um ruído estarrecedor... ele escapou da Morte” e não pensando em mais nada, sentou-se na cama, o médico limpou o suor do seu rosto e ele calçou os sapatos.
O título do conto retrata muito bem seu assunto: o orgulho. Um homem à beira da morte, onde se pensa que o indivíduo vá refletir sobre sua vida até aquele momento, se arrepender de todo o mal que fez e humildemente pedir “arrego”, este homem até reflete sobre sua jornada, pede perdão, mas em um ato de orgulho, em perceber que sua meia está furada e temer que isso deixará uma má imagem de si, resiste e escapa da Morte. A palavra morte vem a ser ressaltada iniciada com letra maiúscula, possivelmente, retratando o alívio de ter escapado da morte física e moral, pelo fato de não ter passado pela vergonha da meia furada. O homem lembra-se também de que sempre foi orgulhoso como sua mãe, no que isto o prejudicou, mas também o ajudou (novamente o orgulho).
Ao final do conto, têm-se um fato acabado e ao mesmo tempo inacabado quando escreve que “Ele se levantou da cama de metal e calçou os sapatos.” Calçou e pronto? Ou, calçou os sapatos e... Morreu? Arrependeu-se do seu orgulho? Levou uma vida “normal” depois do ocorrido? Fica para o leitor refletir.
A narrativa é escrita em terceira pessoa, constituída por um único parágrafo, conciso e sem desdobramentos, onde a linguagem é leve e sem a presença de palavras brutais, saindo um pouco da rotina de narrar de Rubem Fonseca.